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A mostrar mensagens de abril 30, 2023

Híbridos

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  Foto: Ana Maria Oliveira O enxertar das videiras alastra-se nas uniões dos rebentos Os troncos das árvores abraçam-se em socorro do esplendor da vida Os pássaros cruzam os céus depois do nevoeiro do vale E o sonambulismo a evaporar partidas nos ícones da decadência Seca o rio que ampara os sonhos de uma existência dolorida   Escondem-se os enigmas nos materiais decepados E o cio deambulando num gemido abafado sob as estrelas Que copulam entre si entre ebulições férteis Por entre silvados e flores endémicas trocam-se energias Aguardando a proliferação ziguezagueante dos répteis   É a lei da vida onde a carne esventrada é soberana E as aves de rapina planam sobre a presa indefesa nos matagais  A exigir o clímax em explosão de vontades e desejos O ronco das máquinas desbravando os campos de libelinhas Quando o galináceo cantor defende o seu território com o odor que emana Serena as criaturas na perspetiva do alimento e ensejos Assegurando a postura et

A fresta

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  Foto: Ana Maria Oliveira A água em queda esculpe rasgões nas altas escarpas Desenha um sulco anímico de centro adelgaçante apontando o céu Expandindo-se para os lados quais lábios femininos gerando a vida Apregoando o nascimento de criaturas endémicas Gemendo no alvorecer do nevoeiro em paz prometida   Maviosidades sedutoras marcam o compasso suave do sol e da lua Enquanto os repuxos dos montes criam regueiras Ciladas para carrascos violadores de borboletas Ardis aos sequestradores de lagartos das lagoas derradeiras   A força do feminil acompanha o planar das aves A lentidão dos mamíferos ruminando o chão A sinuosidade dos carreiros por onde as víboras se encobrem A avalanche das correntes selvagens aflorando de longe  Arrastam das altitudes os minerais da riqueza prometida Preenchem os sepulcros intemporais do guerreiro e monge   A rachadura abriga o útero misterioso da terra Repleto de escuridão em inércia acrónica Onde se protegem as semente