Paraísos fictícios
Foto: Ana Maria Oliveira A respiração escaldante anuncia arquiteturas desoladas Criadas nos terramotos cegos do desassossego que enlouquece A náusea invade os sentidos derrubando o alento Tal é a velocidade estonteante que o cérebro tece Excluo o marasmo dos vendedores de paraísos Permaneço num campo de múltiplas portas e janelas Por onde esvoaço pedalo ando vomito em logradouros É a infinda selva dentro de mim em exaltação Que se expande sem grilhões nem muros Quando a mente ultrapassa o alcance de múltiplos paralelos Descubro incansável novas vias de circulação E nesta inquietude desértica surge um ponto de orvalho Propício à plantação de telas camaleónicas Pintadas por criaturas circenses opinando sobre cosmovisão O nível de oxigénio desce conforme as bocas dos famintos Devoram em estado selvagem a massa de vida Embrenhando-se na virgindade dos ecossistemas Sugando o ventre da terra aliciando seres robóticos A ab...