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A mostrar mensagens de novembro 16, 2025

A visão

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  Foto: Ana Maria Oliveira   A memória que me enlaça borbulha assanhada Num lago cristalino onde Eros adormeceu Fervilha como uma onda de calor abafada Por uma montanha agreste de gelo que entristeceu   Antecipo visões de euforia onde a minha alma se refugia Para entrar nos rituais incansáveis de vida em homenagens Respiro agora num tempo que parou e os dias são marasmos Pela chuva e vento sincopados aguardo o rio de serenas margens   Sinto no deslizar dos astros que a contenda ainda não terminou Estou no centro de uma hélice que me empurra para as profundezas Das reminiscências ancestrais em pura necessidade Mas há uma dispersão nos céus e na terra Há tornados que nos empurram para estratégias de sobrevivência Que nos reprimem o coração e algemam a liberdade     Adiamos o embate gravitacional como patéticas ondas magnéticas Que saltitam esbaforidas em campos opostos E nesta interação superficial como frias inalcanç...

Refazer a trajetória

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    Foto:Ana Maria Oliveira O formato das nuvens anuncia-me que a fantasia Levantou voo para o reino do impossível Já não mora há muito tempo no castelo erguido Pela criança curiosa e insaciável por histórias de enfeitiçar Carregadas de melodrama e tragédias num palco dividido   Bato às portas que se mantêm fechadas Enquanto a tempestade faz vibrar janelas do lado de fora E dentro existe um chão minado apodrecido e esburacado À espera de carpinteiro que transforme o sombrio em claridade Refaço a trajetória acompanhada pelo ceticismo e glória E juntos rodopiam estilhaçando velharias Que se espalham petulantes e ariscas pelas cercanias   Invento pilares austeros de sustentação Parando aturdida em cada temporada Passo de uma carruajam para outra Esperando para problemas inventados uma solução Prossigo dando um soco na opinião alheia Vou fundo no olhar e da minha boca Saem verdades equilibristas que ecoam num giro estonteante ...

A mesmice castradora

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  Foto: Ana Maria Oliveira A sabedoria refugiou-se na invisibilidade do vento Enquanto o fantoche engole o fardo das mesmas emoções                                                                   Gesticulando danças de reanimação de vida malfadada Germina a mudança sem que os bonifrates se apercebam E a transição conduz os invisuais para a atmosfera contaminada   Saltitam epifanias alucinogénias Através da luz que só os quadrúpedes veem Onde nem a intuição tem força para se afirmar Assoma o estrangular da garganta como náusea Fazendo da sincronicidade apenas um leve flutuar   Respirar fundo sentir que se cai na ravina Acarici...