Reino suspenso
Foto: Ana Maria Oliveira Atravesso paisagens ditadas pela potência rodopiante das galáxias Que chacoteiam visões espasmódicas entre rajadas de nuvens elétricas Por intempéries caóticas provocadoras de vertigens Envolvendo o espírito num reino suspenso de feridas abertas Provoco a ligação direta à fonte numa tentativa de subsistir aos tremores Em topografias desinquietas pela impermanência furiosa As pontes são destruídas pelas expectativas crucificadas Pelos projetos desenhados na temporalidade do movimento da mariposa Mas pressinto que tenho de abandonar o circuito antigo e voo levantar Deixando bilhete para quem deseja seguir viagem neste comboio Transitando sobre carris em esforço gigante ultrapassando penhascos Pois a carruagem onde prossigo está na iminência de descarrilar Esbracejo na disseminação de viroses desafiando o ritual da existência A resignação paira sobre a cabeça dorida e febril prisioneira da morrinha Experimento um...