O palco da indiferença
Foto: Ana Maria Oliveira Cá estou outra vez cativa deste jogo de marionetas sorridentes Na mesma hora abandonando o pensamento na enxurrada do tempo No mesmo local aprisionando o corpo em arquiteturas efémeras Ativando no interior do ser reflexos que se emaranham Que dançam esperneiam incomodam assustam lacerando quimeras Mas a calmaria faz pacto com as profundezas em alvoroço Do edifício humano que me envolve e sustém Os passos de outrora fortalecem a caminhada de agora As lágrimas do pretérito enxugam as gotas suspensas de penhascos Que os meus braços feitos asas irão ultrapassar na aurora As agruras de ontem alavancam o erguer da cabeça E provocam o corpo na orientação da vida e das estrelas Rodopiando num ritual cerimonioso no presente sagrado Por veredas que se destacam por arribas e praias eternamente belas As contusões transformaram-se no fortalecimento dos músculos Na vontade imperativa de respirar e pro...