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A mostrar mensagens de julho 16, 2023

Sem frutos

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  Foto: Ana Maria Oliveira Hoje ficarei por aqui onde os pilares foram improvisados Com a vontade em erguer um lar de sonhos Quando adivinhava a catástrofe Mas sem saber o nome da impotência Nem a cor da solidão   A serenidade faz-me companhia Pois despejei para longe as fragilidades pinceladas de negro As mãos apenas salpicarão a ouro e azul os projetos rasgados Os estudos ambicionados e não concretizados   Trago ainda tatuada na testa a definição de dadora de humanidade Ajudanta de campo a tempo inteiro Jardineira desesperada sem frutos Empregada das limpezas num mar egoísta de imensidão cega   Facilitadora da vida alheia em esquecimento da própria Dar! É o nome do tapete debaixo dos meus pés que me orienta Mas que me esgota molesta esvai-me a alma   Aproximarei as estrelas flutuantes das telas imprecisas Não saberei pintar a dança e os sorrisos com que se balançam Perante a melodia sincopada da gravidade num rasgo imensurável     O bor

As palavras não ditas

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  Foto: Ana Maria Oliveira   Germina uma dança lenta entre jogos de escondidas Perdeu-se algures a cabra-cega e os significados voaram Para dentro das máquinas eletrónicas geradores de fantasias Captadoras de atenção anulando verdadeiras companhias   As sílabas carcomidas vomitam estruturas balançantes De projetos artimanhas e adiamentos de viagens Para renovados pousos melodias e chilreados As consoantes trocadas e as vogais inquietas Tateiam um chão minado de teatros esburacados     Pesadelos laceram a noite como um ciclo de traumas O corte à espreita e uma avalanche de pedregulhos Ameaçadora da lucidez é a pérfida sinusite estonteante Como a rinite persistente em luta anulando o oxigénio Germinando um ressoar infindo gerando a modorra limitante   O pensamento perde-se nos labirintos da mente atafulhada Em arame farpado ferindo ideias de salvação A expressão dilui-se na inflamação da garganta obstruída A declaração inexistente come-se gelad