Ventos inquietos
Abraço insegura um tempo de ventos ansiosos
Suspensos
na indiferença das caligrafias trôpegas
Troco
alheada os dias fictícios e os lugares suspensos
Como
se interiormente inventasse uma maquinaria
Que
me teletransportasse para as ramificações do nada
Enquanto
o mundo desaba na clivagem bélica
Num
conflito sem sentido em rodopio
Na
promoção incessante do horror
Há
um folgo perto do fim que anuncia tempestades
De
intensidade lírica desmaiada
Nos
laivos de nevoeiro em meu redor
Sou
diminuta flor selvagem numa invisível bolha de inocência
Teimosa
adornando de pé a beira do caminho
Que
ainda não foi calcada pela desenfreada manada de búfalos
Que
pisam e abalroam os terrenos áridos da existência
Depois
do estio asfixiante provocador de secas violentas
Descoloridas
pela ausência desmaiada das fontes
Os
lagos beijados pelas chuvas trouxeram de novo
O
sangue às veias outrora decepadas pelos penhascos da decadência
E
o meu corpo perdido e vacilante na dormência
Agora
o livre-arbítrio cai no saco roto da tacanhez
E
os tronos armadilhados suturam as feridas abertas
Perfilhadas
pelo flagelo da esquizofrenia diluente
Com
o fantasma do nuclear a ensombrar o presente
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