O desmoronar da vida
As bocas escancaradas de medo e espanto
Assistem ao arrasar dos edifícios
Enrolando os corpos na queda
Abafando os gritos e gemidos
Soterramentos incisões e estrangulamentos
Enterrados vivos nos
escombros em turbilhão
Como se o ser humano estivesse condenado
Pelo ritmo cardíaco da Terra em exaltação
Erguendo um cenário de flagelo
À espera da desgraça da armadilha em explosão
E
depois os tentáculos negros
Que
nos advêm do planeta emaranhado
Aumentam
esta densidade pegajosa
Que
se agarra aos nossos membros
Impedindo-nos
de locomoção
O planeta fervilha nas profundezas
Quem sabe revoltado com o conflito armado
Em
que corda bamba nos equilibramos
Qual
droga ingerida à força nos afasta da bonança
Qual
calamidade incontrolável, dependência do esterco
Alheamento
e miséria criam parasitas viciados na matança
E
o mundo suspira entre os sepultados sob os destroços
E
o acontecer desvairado do negócio bélico
É
a loucura, o estado de choque
Até
onde se prolonga esta incongruência
Enfeitada
de paradoxos no sobreviver sem sentido
Ficando
o próprio planeta em iminente perigo
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