O golpe baixo da indiferença

 

Foto: Ana Maria Oliveira

A rutura entre novo e velho faz silenciar os sábios

Aguardando as maleitas da distração dos humanoides

Invadidos pelos estrondos das disfunções raquíticas

Perante a impassibilidade dos invertebrados

 

Animálculos sem projetos nem vontade

Abrem os portais ferrugentos da violência

Expelem larvas contaminadas pelo medo

Nutrem parasitas enfeitados passando despercebidos

E têm na respiração planetária negativa influência

 

Transpõe-se o realismo ingénuo para o quotidiano da imbecilidade

Aterrando na pista da volubilidade transitória

Dos sentimentos humanos fracos e ilusórios

Brota em campo de aranhiços um emaranhado de distúrbios

Crispa-se a articulação frágil de tempo e espaço

Contra a emancipação mental erguem-se espectros predatórios

 

É imperativa a reparação do desapontamento

Quando o golpe baixo da indiferença

Corrói a confiança do inocente

E planeia secamente a perfídia pela desavença

 

Em plena dança solar quando as águas se agitam

Despedaça-se o magnetismo da principal predileção

Segue-se novo trilho esboçando rumos de aventuras

Dando vez a coloridos mapas de tesouros

Concebendo endiabradas expectativas de renovação

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