A magia dos reflexos

 


 

Foto: Ana Maria Oliveira

Os olhos projetores sopram em deleite as nuvens desenhando formas

Traçam vias de acesso em mutação às concavidades disfarçadas

Que escondem outras bocas sedentas e afiado dente

Regurgitam futuros adiados entre mandíbulas esfomeadas

Porque os terráqueos ainda se esbofeteiam

Nos campos enlameados do choque contundente

 

Agora o estrume traz consigo o sol ameno das mariposas

Enquanto as minhocas cavam galerias alagadiças

Paralelas ao rio seco onde os peixes asfixiam

Afagando dedicações falsas de mãos austeras 

Esboçando reflexos sobre texturas movediças

Que apostam na celebração do sangramento das rosas

 

Remos que procuram avidamente um bote

Braços cansados que seguram com esforço o flutuar da embarcação 

De quem cria em suspenso um subsolo de luz intermitente

Infalível em dia escorrido e quente acariciando a natureza

Em deslocação de fogo varonil expurgando o vigor de comoção

O olhar conquista a harmonia na sedução de singeleza

Filantropia bordada com massagens suaves e flexíveis em delicadeza



 

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