Visões turvas
Foto:Ana Maria Oliveira |
Membros esquizofrénicos aguardam a abertura do oráculo
Aguarda-se
a manipulação dos frutos estonteantes
Geradores
de adormecimentos e embriaguez
Visões
turvas sobrevoando as neuroses dos filamentos
Escancarados
para poços sem fundo
Flutuadores
em lagos parados em limpidez fictícia
Beijando
camaleões e abraçando serpentes
Sugando-lhes
o veneno desafiando a alienação
Dos
preguiçosos enguiçados pelo poder jazendo incompetentes
A
ferrugem inestética dos metais fere o olhar sem foco
O
aroma da terra molhada esfria os pés descalços de afetos
O
trovejar em espaço encoberto provoca a devassidão dos espetros
Um
chá que não cura e ainda assim alivia na tensão das solidões
As
mãos que inventam passatempos de esquecimento
O
cheiro dançarino a canela espevitando as uniões em sensualidade
Cingindo
a cabeça amparando a tristeza de olhos fechados
Pois
a janela prisão decompõe-se em vidros estilhaçados
Acomoda-se
ao desconforto desalento e incapacidade
Há
arritmias traiçoeiras a minar as artérias quebradiças
Anunciadoras
de voos cósmicos na sedução do infinito
Que
a hiperatividade das borboletas não alcança
Apenas
o esvoaçar perante arquiteturas desmaiadas
Seguindo
o perfume inebriante dos nutrimentos
Acalentando
roedores em vias rápidas improvisadas
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