A contaminação das sementes

 


 

Foto: Ana Maria Oliveira

Acomoda-se o filão entre o sedentarismo da crueza

Ambicionando o lodo cimentado pelo terror da falha

As sementes contaminadas rasgam-se para a luz

Prendem-se ao vento e transpõem a muralha

 

Vacila a estrutura no sustentáculo das amarras

Desfaz-se a dureza na cintilação das fraturas

Apodrecidas pela azáfama da erosão

Os ácidos consomem os tecidos circundantes

Da criatura em agonizante transmutação

 

A fêmea geme de dor amaldiçoando o ventre  

Arremessa tentáculos coadjuvando o logro

Sobressaindo na clivagem do pavoneio

Tece mensagens de socorro direcionando o sol

E estoura em tentativa última de gesto altaneiro

 

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