A visão
| Foto: Ana Maria Oliveira |
A memória que me
enlaça borbulha assanhada
Num lago
cristalino onde Eros adormeceu
Fervilha como uma
onda de calor abafada
Por uma montanha
agreste de gelo que entristeceu
Antecipo visões de
euforia onde a minha alma se refugia
Para entrar nos
rituais incansáveis de vida em homenagens
Respiro agora num
tempo que parou e os dias são marasmos
Pela chuva e vento
sincopados aguardo o rio de serenas margens
Sinto no deslizar
dos astros que a contenda ainda não terminou
Estou no centro de
uma hélice que me empurra para as profundezas
Das reminiscências
ancestrais em pura necessidade
Mas há uma
dispersão nos céus e na terra
Há tornados que
nos empurram para estratégias de sobrevivência
Que nos reprimem o
coração e algemam a liberdade
Adiamos o embate
gravitacional como patéticas ondas magnéticas
Que saltitam esbaforidas
em campos opostos
E nesta interação
superficial como frias inalcançáveis majestades
A dança inacabada
enfraquece a vontade e num momento de evasão
Havemos de
desaparecer num palco de probabilidades
Não haverá a
formação de novas estrelas
Viveremos sem
experienciar o confronto estrondoso
De projeções
imperecíveis que movem o universo sustentável
Nem nos daremos
conta de que para esquecer um grande amor
Só mesmo a criação
de um amor MAIOR
Tal a força de
duas galáxias que se unem em fusão inadiável
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