A mesmice castradora

 

Foto: Ana Maria Oliveira

A sabedoria refugiou-se na invisibilidade do vento

Enquanto o fantoche engole o fardo das mesmas emoções                                                                 

Gesticulando danças de reanimação de vida malfadada

Germina a mudança sem que os bonifrates se apercebam

E a transição conduz os invisuais para a atmosfera contaminada

 

Saltitam epifanias alucinogénias

Através da luz que só os quadrúpedes veem

Onde nem a intuição tem força para se afirmar

Assoma o estrangular da garganta como náusea

Fazendo da sincronicidade apenas um leve flutuar

 

Respirar fundo sentir que se cai na ravina

Acariciar as mãos ansiando dar balanço no trapézio

Cantar melodias inventadas na hora de dormir

Apreciar o corrupio das pessoas no aborrecimento

Das horas paradas pela irrealização

Ouvir conversas superficiais

Ficar de bruços no desejo de criar

Levantar voo na força da destruição

 

Diluir-me no espaço contínuo indiferente

Provocar a tosse como se arrancasse vírus inquietos

Sentir a asfixia da míngua do interesse intelectual

Captar a radiação que me queima por dentro e por fora

Imobilizar o estalo da energia do outro no salto estonteante do agora

 

 

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