Holograma no horizonte

Foto: Ana maria Oliveira



A transparência do ser azul tornou-se visível

Numa esquina acanhada na tela em suspensão

Será o meu coração batendo ao ritmo da desesperança

Pela frieza com que os répteis me envolvem

Sem me captarem a alma nos dias de perseverança

 

Será o ser azul a monotonia desagradável que sufoca

Porque os gritos do mundo ferem a sensibilidade que acalento

Será que é o mensageiro da depressão e me alerta

Para o perigo da estranheza que me corrompe os órgãos

Me bloqueia o oxigénio e me cega o olhar como criatura ruim

Ou será o anunciador da água e da harmonia

Que em danças imaginárias flutua ainda em mim

 


A árvore desenhada no chão movediço

Anuncia o latejar das veias

Os nutrientes generosos da luz

De sorrisos e melodias

Semeando possibilidades de agitação

A caneta esquecida virou costas ao teclado

Provocador de intempéries cognitivas

Permaneceram acabrunhados sob as camadas de pó

Em camuflagem qual hibernação

Em campos de petardos e exterminação


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