Sinais no areal

Fotos: Ana Maria Oliveira

Descortino por entre as formas rochosas

Brincando com a imaginação sedenta de frenesi e renovação

Um castelo onde os heróis descansam para novas batalhas

Para lá do nevoeiro cerrado descubro fortes embarcações

Sulcando os mares rumo às ilhas desertas sem mortalhas

 

Onde se escondeu a força de contestação que me anima

Provavelmente desintegrou-se na velocidade das algemas

No silenciador de línguas

Nos milhões de almas que fogem à guerra

No cadafalso para onde me empurram

Não!

 

 

A sandália colorida de criança vem até mim repousando a meus pés

Anunciando-me novas caminhadas em exploração de trilhos

Agitações encantadas por regatos inebriados de suculentas raízes

Aguardando a arquitetura das montanhas e das estrelas

Anunciam a boa nova do retorno à veneração da mãe Terra

 


O coração lilás qual brinquedo macio ao toque

Em posição amorosa com a água do mar abrindo-se ao sentimento   

À ligação comunicação firmamento

E a pétala ansiada que surge apenas no final da caminhada

E em florescimento já não era esperada

Envia-me a mensagem de beleza

De perfeição renovação e glória

Criação fertilidade crescimento

De evolução espiritual depois de tempos de interregno

Abstraída do meu ser minha verdade

Energia amiga minha realidade


A espuma secreta dos dias traz com ela

A dose quântica da limpidez das mágoas

E sentada sobre a relva perscrutando o horizonte

Sei que me encontro comigo mesma

E não haverá fantasma derrotista imundo

Que me corte a garganta porque entre mim e o mar

Nenhuma anémona se intrometerá

Entre mim e o sol nenhum neurótico me aniquilará






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