Desprendimento
A
indiferença surge sombria
No
distanciamento encoberto pelo cansaço
Agora
os passos soam em direção oposta ao meu ser
A
respiração tem outros sonhos
Manuseados
pelo egoísmo de grandeza
Soberba
feita de flores murchas
Vingança
camuflada com cheiro a giestas
Com
odor doce que desmaia pela casa
Que
não me pertence de corpo e alma
Apenas
um frio que me invade através de invisíveis frestas
Aperta
até que o sufoco venha
Até
que os ossos estalejem sem dó
Comunicar
com o outro que sofre de surdez sem empatia
Apenas
uma energia de afastamento que paira no pó
Remigrei
para o palco da tragédia
O
gelo persiste e as palavras
São
sempre sinónimo de aborrecimento
Desrespeito
desprezo indignidade
Mas
há um plano de evasão
Desta
vez será ao encontro de mim própria
O
sol e o vento fazem parte de mim
A
água do mar purifica o meu ser
A
mata acalenta segredos da terra
Num
sono profundo em plácido prolongamento
Comentários
Enviar um comentário