Ciclo vital

 


 

Foto:Ana Maria Oliveira

A energia sustenta campos de harmonia temporária

Nos ecossistemas das bocas abertas suplicando alimento

Perante psicoses manipuladoras de rebanhos

Casadas com transtornos afetivos sem consciência nem alento

 

Desmaiam nuvens ácidas contaminando a flora

A clorofila capta a luz no processo de fotossíntese

E o frenesi contorcionista instigador sem desígnio

Esconde as pegadas de patologias nevrológicas

Nos bastidores gozam os decompositores fungos e bactérias

Transvertem o orgânico morto por declínio

Em matéria inorgânica como fruto de matrimónio luciferino

E entre pactos e laços dependências e atritos

Solta-se a indiferença azeda das entidades do extermínio

 

Paira um efeito cumulativo como bomba relógio

Quando os inseticidas e compostos radioativos

Se concentram no homem parasita central

E a bipolaridade desencanta filamentos de delírios e paranoias

Esquecendo o ritual do crepitante ciclo vital

 

Espraia-se a catatonia nos campos obscuros minados pelo ódio

Num folclore decrépito e mecânico na alternância dos compassos

Esbracejam criaturas em excitação tresloucada

Ficam hirtas na cadência seguinte na passividade do nada

Rígidas imóveis aguardando a catástrofe

Cruel potente cega armadilhada na vontade humana estagnada

Comentários

  1. Se a humanidade se concentrasse mais em salvaguardar a Natureza, muitas catástrofes seriam evitadas, ambientais e humanas.
    O seu poema é excelente, os meus aplausos.
    Feliz Páscoa, minha amiga Maria.
    Um beijo.

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