Nada é definitivo

 

Foto: Ana Maria Oliveira


 

Matérias esbatem-se nas essências atuando em tripé instável

Adquirindo formas e colorações texturas e podridões

Sustentáculos de predicados que se imutam

Construindo e desterrando geografias traçando multidões

 

Encarcerado permanece o animismo onde nada é definitivo

Nascente inesgotável de movimentação dos vermes

Copiado do código genético da criação obtusa

Obtendo conceitos presos em estendais de vento

Surgindo a alma informe rompendo dimensões de assolação

Na lentidão da marcha de cada elemento

 

Neste imagismo vacilando a erudição

Perfuram-se sensações visuais saltando para o tato

Apalpando a rugosidade das montanhas em desabamento

Saboreando o fel em afogamentos de acidez egocêntrica

Incapaz de ultrapassar trincheiras epistemológicas

Secam esqueletos ao sol escaldante do deserto

Corrompem-se tecidos de memórias nas fossas antropofágicas

 

Pedagogias soltas minam cérebros subjugados por arames

Provocando rios de vómitos lançados por algoritmos mecânicos

E o espírito dialético ausenta-se pela conduta dos absintos

Alimentando indivíduos planeadores de produção em massa

Gerando construtivismo aberrante baseado em argumentos de chalaça

Comentários

  1. Não conhecia o seu blogue.
    Dei uma vista de olhos e fiquei maravilhado com a sua poesia e as suas fotos.
    Parabéns pelo talento e criatividade que as suas palavras e fotos revelam.
    Tenha uma Páscoa Feliz.

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  2. Vim até aqui retribuindo a sua visita e em boa hora o fiz.

    Desejo-lhe uma Páscoa com muitas e doces amêndoas.

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  3. Apreciei o conteúdo do seu blog. Voltarei.

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  4. Boa tarde Maria,
    Muito interessante este seu blogue que desconhecia.
    O poema é muito bom. Gostei de ler.
    Grato pela visita e gentil comentário no meu cantinho.
    Deixo os meus votos de feliz Páscoa e ótima semana. Beijinhos.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  5. A Maria Oliveira tem uma forma de 'poetar' que não se assimila de imediato.
    Vai-se assimilando devagarinho...e, na medida em que se lê e relê, poder-se-ia dizer - usando aquela frase algo rebatida - que é algo que se estranha...se depois se entranha, mas isso só o tempo o dirá. :)
    Dei uma volta por todos os seus blogs e tomei lugar neste.
    As fotos são muito originais e belas, todas elas.
    Parabéns!
    Um abraço.

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