Não pertença

 

Foto: Ana Maria Oliveira


 

O aroma adocicado do esbofeteamento

Gera geografias e topologias cortantes

Ao encontro do sentir do bramido

Que se esconde no delineamento dos nódulos

Vulcões adormecidos em palcos de mudez

Perante o gemido em bulício que acompanha o compasso pedestre

Enquanto as mãos dos tolos afagam o polimento cortês

 

 A febre surge do nada frente a uma virose implantada

O organismo ressente-se na avalanche de sensações

O maxilar retesa-se desintegra-se

Provoca estalidos de advertência

Que a dor está prestes a desencadear-se

Vai-se a memória e apazigua-se o conflito por divergência

 

 O bálsamo açucarado das flores ao vento por entre o arvoredo

Cria náuseas pela impregnação do ar

Contrariando a poluição das viaturas barulhentas

Que se apressam no tempo cegamente iludidos

Rodando asfaltos de terror em pilares sacudidos

 

A multidão de abelhas sobrevoa irrequieta a árvore frondosa

Aguardando um poiso macio para largar a ferroada

Num zumbido feroz desmaiam no chão em sobrevoo frustrante

Implodindo um corpo que dá sinal de abandono e desgaste

Pela não pertença a lugar algum jaz em solo dilacerante

 

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