O chão alagado das memórias
Foto: Ana Maria Oliveira |
Persistentes
na concretização de janelas virtuais
E
o arrumo provisório dos pátios transformado em bálsamo
Cria salpicos de forja diretos ao coração
Desarmado
perante o vazio construído no tálamo
Na
anulação asfixiante e vertiginosa dos sentidos
Agarro
os terramotos que me conduzem aos latidos dos cães
Às
galerias subterrâneas das minhocas
À
sucata desorganizada dos quintais
Improvisados
nos cornos gelados da necessidade
Às
artroses ocultas no delírio dos sonhos inalcançáveis
Às
unhas quebradiças do desleixo
Abraço
apenas o indiferente eremita desligado da sociedade
Infetada
pelo ódio e separação em adiamento do beijo
Restam
os alfinetes que sustêm os cortinados carunchosos
Adiando
as limpezas bordadas de entusiasmo
O
pânico abafa-se na sobreposição das pinturas
Desregradas
pela revolta persistente sem alegria
Do
ser vivo aguardando a passagem ao pó em agonia
Num
lapso estaremos suspensos nas estrela
E
traçaremos projetos inacabados nos sulcos abandonados
Na
omnipotente criação fluindo nas artérias infinitas
Pois
o que sustém o mundo é o equilíbrio do movimento
Aguardamos
apenas o momento de sermos
Empurrados
para parte incerta deportados
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