Sociedade gelada
Saltarilhamos
de plataforma em plataforma
E
neste passo de dança cada um cuida de si
Espezinhando
os outros de forma vil
Mesmo
quando apenas rola na mesa da inquisição
A
fruta apodrecida da indiferença pueril
As
mercancias progridem no rastilho fugaz das paixões
Dos
descarnados fios condutores das redes sociais
E
surgem animados no campo virtual
Os
pantomineiros mascarados do gestual
Os
coléricos com a vida
Abandonados
impotentes à sua sorte
Ocorre-lhes
o suicídio fazendo pacto com a morte
Os
clãs abundam em cada canto do ecrã
Apresentam-se
simpáticos amáveis
Como
quem atrai as moscas com mel
Baloiçam
os constrangedores empurrando os alienáveis
Transportam
as tribos a bandeira diabólica
Neutra
e cinzenta de quem mata ou morre
E
na subtileza do deboche apregoam
-
Venham meus senhores! Não se acanhem
Em
boa hora vos sai a sorte grande
Pois
os opositores dormem e relaxam
Sejam
cobiçosos neste estrado quebrado e arrisquem
É
hora de angariar mais clientes
Pobrezinhos
endividados até à medula
Sufocados
pelos invasores da privacidade aos milhões
Aliciadores
de egos enfraquecidos pela sabujice
Hipócritas
bajuladores e fanfarrões
De
tudo existe dentro e fora deste palco de mesmice
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