Devorar a existência
Foto: Ana Maria Oliveira |
As bocas sedentas das fossas abissais engolem as correntes marinhas
Provocando
abrasões que trituram esculturas subterrâneas
Do
mundo esfaimado da escuridão
Diante
de atmosferas absorventes de venenos radioativos
Tombando
na superfície terrestre em excedente ablação
Paralelamente a serpente do mundo friável
Consome
o mineral e vomita-o em forma de sumptuosidade
Torna-se
cinzeladora das reentrâncias das trevas
O
magma engole o tempo intermitente dos raquíticos
E
negociantes de teatralidades despidas de tonalidade
Os devoradores verdugos procuram tesouros
Escavam
o âmago sugando uma viagem sem regresso
Perante
estampidos de cristais que se afeiçoam
A
terramotos indiferentes ao sentir humano imaturo
E
na antecipação absurda da posse de riquezas
Destrói-se
o presente na projeção tresloucada do futuro
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